16 de maio: Dia dos Queijos Artesanais de Minas
Estado produz qualidade e diversidade de iguarias que conquistam paladares

Os queijos artesanais produzidos em Minas Gerais são
verdadeiras preciosidades do estado, que carregam histórias, tradição e
garantem o sustento para milhares de famílias produtoras. Eles são tão
emblemáticos, que ganharam um dia de homenagens: 16 de maio.
O que faz um queijo ser considerado artesanal é ser produzido de leite cru, uma
prática que remonta ao período colonial. Transformar o leite em queijo sempre
foi uma estratégia de fazer com que esse alimento pudesse ser transportado e
armazenado durante longas jornadas. O uso do leite cru imprime personalidade
aos queijos, que expressam o terroir, a tradição e a cultura da região em que é
produzido, a partir de um conhecimento, passado de geração em geração.
A coordenadora técnica estadual da Emater-MG, Maria Edinice Rodrigues, explica
que o leite cru carrega consigo todos os microrganismos, as bactérias lácteas
que existem no ambiente em que é produzido. Por isso mesmo, desde o relevo, a
altitude, a vegetação, até a alimentação dos animais vão interferir no sabor,
na textura e aroma dos queijos.
"Outro diferencial é que no queijo artesanal não é possível padronização,
diferente de um queijo industrializado, onde o leite passa por um processo de
pasteurização que provoca esse nivelamento de todos os produtos. Já o queijo de
leite cru traz consigo toda aquela diversidade, que é exclusiva de cada queijo
artesanal", detalha.
Diversidade
Minas Gerais possui 16 regiões produtoras de queijos artesanais caracterizadas:
Alagoa, Araxá, Campo das Vertentes, Canastra, Cerrado, Diamantina, Entre Serras
da Piedade ao Caraça, Mantiqueira de Minas, Serra do Salitre, Serra Geral do
Norte de Minas, Serras da Ibitipoca, Serro, Triângulo Mineiro, Vale do
Jequitinhonha, Vale do Mucuri e Vale do Suaçuí.
"A gente faz esse trabalho de caracterização, desde que essa região tenha
uma história e comprove que esse produto é exclusivo dali, tem toda uma bagagem
cultural, que vem das famílias", explica Maria Edinice.
Regulamento
A caracterização já reconhece os produtos, mas não é a fase final do processo
de formalização e regularização de uma produção. Outra etapa crucial é a
elaboração do regulamento técnico, uma espécie de "roteiro" do modo
de fazer o queijo artesanal.
Atualmente, existem três tipos de queijos artesanais com regulamento técnico
publicado: o Queijo Minas Artesanal (QMA), que é produzido com leite cru, pingo
e salga seca, sendo o mais antigo e tradicional do estado; os queijos de Alagoa
e Mantiqueira de Minas, que são queijos de massa cozida, que passam por salga
em salmoura e processo de maturação mínimo de 14 dias; além do Queijo
Cabacinha, típico do Vale do Jequitinhonha, que é feito de massa filada, cujo
regulamento é o mais recente.
Segundo Maria Edinice, em breve, o regulamento técnico de outros dois tipos de
queijos artesanais deve ser publicado pelo Governo de Minas: o Queijo Cozido,
típico do Vale do Jequitinhonha, e o Requeijão Moreno, tradicional no Vale do
Mucuri.
Importância econômica
Segundo estimativa da Emater-MG, Minas Gerais possui cerca de 8 mil
agroindústrias familiares de queijos artesanais, que produzem aproximadamente
30,6 mil toneladas por ano.
Produtores como o senhor Vismar Ênio Pimenta e sua esposa Sirley Aparecida
Rocha Pimenta, que há mais de 25 anos vivem da produção de queijo minas
artesanal, em Alvorada de Minas, na região do Serro, seguindo uma tradição
familiar.
"Quando nos casamos, nós viemos pra cá só com uma vaca pra menino tomar
leite. Depois nós fizemos aqui a queijaria e começamos com 20 queijos, chegamos
até 80 por dia. Meus bisavós, avós, os pais da gente, todos faziam era queijo e
a gente lá vai seguindo a tradição", conta o senhor Vismar.
Fonte - Assessoria de Comunicação - Emater-MG