AMM divulga pesquisa e confirma resistência dos mineiros à venda de estatais

Segundo o levantamento, 57% dos entrevistados rejeitam a privatização da Copasa e 60% se opõem à desestatização da Cemig

Notícias | Gerais

06 Dezembro, 2025

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AMM divulga pesquisa e confirma resistência dos mineiros à venda de estatais


A divulgação de uma pesquisa realizada pela Opus Pesquisa para a Associação Mineira de Municípios (AMM) reacendeu o debate sobre as privatizações no estado. Os dados, apresentados pelo presidente da entidade, Luís Eduardo Falcão, na manhã desta sexta-feira (05/12), revelam que a maior parte da população mineira é contrária à venda da Copasa e da Cemig, temas hoje no centro das discussões na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).

Segundo o levantamento, 57% dos entrevistados rejeitam a privatização da Copasa, enquanto apenas 31% se dizem favoráveis e 13% não souberam opinar. O cenário é semelhante em relação à Cemig: 60% se opõem à desestatização da companhia de energia, 30% apoiam a iniciativa e 11% não responderam.

A pesquisa chega em um momento de intensas movimentações políticas. A Copasa está em fase final de análise na ALMG, após deputados aprovarem uma PEC que retirou a exigência de referendo popular para a venda da empresa. O governo de Romeu Zema (Novo) pretende utilizar os recursos obtidos para investimentos em educação profissionalizante, infraestrutura e segurança, dentro das contrapartidas para adesão ao Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag). No caso da Cemig, a ideia é transformá-la em corporation, permitindo a transferência de ações do Estado para a União como abatimento da dívida estadual, estimada em cerca de R$ 180 bilhões. Apesar disso, a Assembleia não sinaliza, por ora, discutir a privatização da companhia energética.

Paralelamente às tratativas legislativas, a AMM intensifica sua atuação. A entidade acionou o Tribunal de Contas do Estado para obter detalhes sobre os impactos da possível venda da Copasa e prepara emendas para alterar o projeto em tramitação. Falcão critica o ritmo das discussões, afirmando que o processo ocorre de forma “apressada” e sem diálogo suficiente com os municípios.

Para o presidente da AMM e prefeito de Patos de Minas, as prefeituras precisam ter suas prerrogativas garantidas no processo, já que o marco regulatório do saneamento dá aos municípios o direito de decidir sobre a prestação do serviço. Ele lembra que a Copasa atende mais de 600 cidades mineiras e que mais de 90% delas são deficitárias, o que reforça a necessidade de mecanismos como o subsídio cruzado para garantir o acesso ao saneamento em localidades pequenas e pouco lucrativas.

Falcão também compara o cenário mineiro ao processo de privatização da Sabesp, em São Paulo, e afirma que, em Minas, a condução tem sido “atropelada”. Para ele, assegurar equilíbrio, freios, contrapesos e a escuta dos municípios é fundamental para que qualquer decisão seja tomada de forma responsável e respeitosa com as realidades locais.

Fonte: O Tempo

Vanderlei Gontijo

vanderlei@patos1.com.br




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