Chuvas de granizo em novembro já atingiram 51 mil hectares de lavouras em Minas Gerais
Lagoa Formosa está entre os municípios afetados

As chuvas de granizo registradas no início de novembro em Minas Gerais, principalmente nos dias 7 e 8, atingiram 51,2 mil hectares de lavouras. O levantamento feito pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG) mostra que 106 municípios relataram a ocorrência das chuvas no período. A região de Baú, no município de Lagoa Formosa é uma das regiões atingidas pelo granizo (VÍDEO).
Segundo o balanço da empresa, 7,4 mil produtores
mineiros informaram que tiveram as propriedades atingidas pelo fenômeno, nas
regiões Sul, Sudoeste, Zona da Mata, Metropolitana, Central, Centro-Oeste, Alto
Paranaíba, Triângulo Mineiro e Noroeste.
As áreas com plantios de café do estado foram as
mais atingidas pelas chuvas, com um total de 26,6 mil hectares. Os municípios
de São Sebastião do Paraíso, Campos Gerais, Campestre e Nova Resende, todos no
Sul/Sudoeste do estado, foram os que registraram as maiores áreas com
ocorrência de granizo.
Nas culturas de grãos (soja, feijão 1ª safra e
milho 1ª safra), foram 22,5 mil hectares com registro das chuvas. Sacramento
(Alto Paranaíba), Passos (Sudoeste de Minas) e Bambuí (Centro-Oeste) foram os
municípios com as maiores extensões de lavouras.
Além do café e dos grãos, o balanço da Emater-MG
também mostrou que os plantios de hortaliças (908 hectares), citros (412
hectares), abacate (323 hectares) e outras frutas (233 hectares) também tiveram
as áreas atingidas pelas chuvas do início do mês.
A Emater-MG informa que o balanço é relativo
apenas às áreas atingidas e não significa que todas as lavouras foram perdidas,
já que muitas delas poderão ser recuperadas.
Segundo mês
Faz dois meses que os produtores de Minas Gerais
são surpreendidos pelas chuvas de granizo. No início de outubro, também
ocorreram fortes precipitações com queda de pedaços de gelo, principalmente nas
regiões Sul/Sudoeste, Campo das Vertentes, Central e Zona da Mata.
Na época, o levantamento da Emater-MG mostrou
que 63 municípios registraram ocorrências de chuvas de granizo no meio rural.
Foram 16,8 mil hectares atingidos, sendo 13 mil hectares de lavouras de café.
Outras culturas também foram prejudicadas com as
chuvas de outubro, principalmente as áreas de hortaliças e de fruticultura.
Seguro rural
A Emater-MG lembra que os produtores atingidos e que obtiveram crédito rural do
Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) devem
procurar as instituições financeiras. Essas operações são cobertas pelo seguro
do Proagro e Proagro Mais. O produtor deve comunicar as perdas ao agente
financeiro, o mais rápido possível, para a indicação de um profissional para a
vistoria da área afetada. A cobertura do seguro do Pronaf são para contratos de
crédito rural renovados a partir de 1º de julho deste ano (safra 2022/2023).
A empresa também alerta para que os agricultores evitem qualquer atitude
precipitada. Muitas áreas atingidas poderão ser recuperadas. Além disso, o
tratamento feito nas lavouras vai depender do tipo de cultura. Por isso, o
recomendado é procurar assistência técnica especializada.
Reunião de emergência
O presidente da Emater-MG, Otávio Maia, participou nesta sexta-feira (11/11),
em Alfenas, no Sul de Minas, de uma reunião de emergência organizada pela
Frente Parlamentar do Café e do Consórcio Público para o Desenvolvimento do
Café no Sul e Sudoeste de Minas (Concafé), para discutir impactos causados
pelas chuvas de granizo que atingiram Minas Gerais esta semana.
O evento contou também com a presença de técnicos da empresa, aptos a orientar
os produtores prejudicados na elaboração dos laudos, documento fundamental para
solicitar crédito, prorrogação de débitos e outros benefícios.
Com informações da Assessoria de Comunicação – Emater-MG