Começa a colheita de café na Região do Cerrado Mineiro e cuidados devem ser tomados para obter produto de qualidade
Processo de secagem dos grãos envolve diversas etapas que devem ser seguidas para não prejudicar o sabor final da bebida.

O tratamento dos grãos de café após a colheita é uma fase crucial da
produção de cafés de alta qualidade, que podem proporcionar aos produtores
preços mais elevados. A Emater-MG, empresa de assistência técnica e extensão
rural, vinculada à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (Seapa), investe constantemente na capacitação dos cafeicultores,
sobre os cuidados necessários tanto na implantação e manejo das lavouras, como
após a colheita, para garantir a qualidade da bebida. A iniciativa faz parte da
agenda estratégica da cafeicultura da empresa, que visa fortalecer a cadeia
produtiva do café em Minas Gerais, maior produtor do Brasil, com cerca de 50%
da produção nacional.
De acordo com o coordenador técnico regional da Emater-MG em Viçosa,
Deonir Dallpai, o pós-colheita do café é uma operação que requer planejamento e
cuidados especiais para evitar perdas de qualidade e renda. “O cafeicultor
precisa fazer um plano de colheita ajustado à sua capacidade de processamento,
definir qual tipo de bebida ele vai produzir (padrão ou especial, mais
valorizado), quanto vai custar para produzi-la e como ele vai fazê-la. O
objetivo é manter ao máximo a qualidade que a natureza proporcionou e o que ele
investiu em um ano de trabalho nas lavouras”, explica.
Em todas as fases do preparo dos grãos, para garantir a qualidade da
bebida, o coordenador da Emater-MG alerta sobre a adoção de boas práticas de
higiene. “Afinal, o café é um alimento e pode ser contaminado por
microorganismos nocivos à saúde humana.”
Secagem
Após a colheita, a etapa da secagem é a que representa maiores riscos de
perda da qualidade do café. Deonir Dallpai explica que os frutos recém-colhidos
têm alto teor de umidade e mucilagem abundante, ideal para a proliferação de
microrganismos que podem causar fermentações indesejadas, capazes de interferir
no sabor final da bebida. O processo inicial de secagem pode ser feito em
terreiros, no chão ou mesmo suspensos. Quando o terreiro não é pavimentado,
pode-se utilizar também pano grosso ou lona. Neste caso, uma vantagem é a
facilidade de proteger o café em caso de mudança brusca do tempo, com risco de
chuva. E, no caso de utilizar equipamento para o processo final de secagem (quando
os grãos estiverem com cerca de 30% de umidade), o coordenador da Emater-MG
explica que é preciso dosar bem o calor, para evitar manchas nos grãos, que
acontecem em caso de temperatura excessiva.
Após todo o processo, ainda é necessário atentar para um armazenamento
adequado, em local arejado, próximo ao terreiro ou secador, livre de pragas e
também longe de outros produtos, pois o café absorve odores estranhos com
facilidade. Resumidamente, seguem algumas recomendações técnicas da Emater-MG
para o preparo do café após a colheita:
– Revisar e fazer a manutenção e limpeza dos lavadores, secadores,
máquinas de beneficiar e tulhas (locais de armazenamento dos grãos).
– Fazer a pré-limpeza dos frutos colhidos para eliminar impurezas
grosseiras.
– Acondicionar os frutos em sacos de ráfia e recolhê-los no mesmo dia.
– Medir e transportar os frutos para o local de processamento.
– Fazer a limpeza dos frutos com abanadora manual ou mecânica.
– Espalhar os frutos no terreiro para iniciar a secagem.
– Fazer a lavagem e separação dos frutos por diferença de peso;
– Controlar a secagem do café até atingir o ponto ideal de armazenamento
(11% a 12% de umidade).
– Beneficiar o café e classificá-lo por tipo e bebida.
Na página da Emater-MG na internet, é possível baixar gratuitamente uma
cartilha ilustrada, com detalhes técnicos sobre o preparo dos grãos de café,
desde a colheita até o beneficiamento.
Safra 2022/2023
A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas
Gerais (Emater-MG) é uma empresa pública que atua na promoção do
desenvolvimento rural sustentável no Estado. Vinculada à Secretaria de Estado
de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), a Emater-MG atendeu, em 2022,
quase 50 mil cafeicultores, sendo 96% da agricultura familiar. A atual safra de
café em Minas Gerais (2022/2023) deve render 27,8 milhões de sacas (60kg),
correspondente a 50,8% da produção estimada para todo o País.
Fonte e foto: Assessoria de Comunicação – Emater-MG