Ministério do Trabalho resgata 59 trabalhadores em condições análogas à escravidão em lavouras de café de Minas
A ação fiscalizou propriedades rurais no Centro-Oeste, no município de Córrego Danta, e no Sul de Minas, nas cidades de Machado e Campestre.

O Ministério do Trabalho e Emprego, em uma operação
conjunta com o Ministério Público do Trabalho, a Polícia Federal e a Polícia
Militar, resgatou 59 trabalhadores que atuavam em condições análogas à
escravidão em duas regiões produtoras de café em Minas Gerais. A ação
fiscalizou propriedades rurais no Centro-Oeste, no município de Córrego Danta,
e no Sul de Minas, nas cidades de Machado e Campestre. Os trabalhadores, sem
registro formal, enfrentavam uma série de irregularidades, incluindo falta de
alojamentos adequados, equipamentos de segurança e condições mínimas de saúde.
Em Córrego Danta, os fiscais encontraram 30 pessoas
trabalhando na lavoura sem carteira assinada. As vítimas eram obrigadas a
comprar os próprios equipamentos de proteção e ferramentas de trabalho, uma
prática proibida pela legislação. No local, não havia banheiros, lavatórios ou
áreas adequadas para refeições. As mulheres do grupo, assim como os homens,
faziam suas refeições no chão, expostas ao sol e a animais peçonhentos. Além
disso, as marmitas eram preparadas no dia anterior e consumidas frias, e um dos
trabalhadores, com o pé quebrado, não recebeu qualquer tipo de assistência
médica.
Já nas cidades de Machado e Campestre, seis
trabalhadores foram resgatados, com destaque para a situação de um idoso
analfabeto que vivia em uma propriedade rural há cerca de 40 anos em condições
precárias, sem acesso a saneamento básico ou água potável, mesmo tendo vínculos
afetivos com a família do empregador. Além da falta de registro, foram
constatadas outras infrações, como ausência de exames médicos obrigatórios,
alojamentos precários e falta de equipamentos de proteção individual.
via Portal Minas