Onça-parda retorna ao Cetras de Patos de Minas, após passar por cirurgia de catarata

O
Instituto Estadual de Florestas (IEF), em parceria com o Hospital Veterinário
da Universidade de Uberaba (Uniube), realizou a primeira cirurgia de catarata
em uma onça-parda feita no Brasil.
A
onça-parda fêmea, recebida no Centro de Triagem e Reabilitação de Animais
Silvestres (Cetras) em Patos de Minas, precisou do procedimento após sofrer um
trauma na cabeça, ocorrido em 2020, o que ocasionou uma lesão ocular. Apelidado
pelos profissionais do Cetras de Kiara, o animal tem 11 meses e pesa
31kg.
Kiara foi
operada pelos oftalmologistas veterinários Fabrício Villela Mamede e Glauber
Tasso, sob supervisão dos professores de oftalmologia veterinária da Uniube
Renato Linhares, Cláudio Yudi e Ananda Teodora, além do médico veterinário do
Cetras, Rafael Ferraz de Barros. Antes da cirurgia, que durou 1h30, o animal
passou por exames complementares como eletroretinograma, tonometria e
ultrassonografia ocular, a fim de garantir a capacidade de visão do animal.
Agora,
a onça-parda ficará sob cuidados no Cetras, onde passará por exames
laboratoriais, receberá alimentação à base de proteína animal e toda medicação
adequada ao tratamento, além de atividades de estímulo de comportamento natural
da espécie. O médico veterinário do Cetras Patos de Minas, Rafael Ferraz de
Barros, destacou a importância de se reunir um grupo de profissionais renomados
para realizar um procedimento tão complexo. “Ainda não havia relatos sobre esse procedimento na espécie. Foi um
grande desafio para todos, mas a parceria funcionou perfeitamente e as
expectativas para a recuperação são muito positivas”, comentou.
A
Onça-parda (Puma concolor) ‘Kiara’ chegou ao Cetras Patos de Minas em dezembro
de 2020, com idade estimada de 12 a 15 dias de vida e com um quadro neurológico
de convulsões, ataxia, entre outros sintomas compatíveis de um quadro de
trauma.
Desde
três meses de idade apresentou sequela decorrente de traumas na cabeça, um
quadro progressivo de catarata bilateral, ou seja, nas duas vistas, que é basicamente
uma opacificação da lente do olho, que inviabilizou sua visão.
O animal
retornou ao Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetras), em Patos de
Minas, para recuperação e seguirá em tratamento
pós-cirúrgico, recebendo acompanhamento médico com uso de colírios e
medicações orais baseadas em antibióticos e anti-inflamatórios. Além disso,
serão realizadas atividades de enriquecimento ambiental com intuito de
estimular comportamentos naturais da espécie.
Fonte: Agência Minas