Operação da PC em Carmo do Paranaíba evidencia participação de professoras de penitenciária com organização criminosa
Durante os trabalhos foram apreendidas porções de maconha e uma balança de precisão

A Polícia Civil de Minas
Gerais, através da Delegacia de Carmo do Paranaíba e com apoio das demais
unidades da Delegacia Regional de Patos de Minas e da Delegacia de Araguari,
deflagrou nesta quinta-feira (03/09), nova fase da “Operação sem Maldade”,
voltada ao combate ao tráfico de drogas e ingresso de telefones celulares em
estabelecimentos prisionais.
As investigações da PC evidenciaram a participação de cinco professoras, que atuavam na escola que funciona no interior do Complexo Penitenciário Nossa Senhora do Carmo, em uma organização criminosa voltada ao tráfico de drogas e ingresso de telefones celulares em estabelecimentos prisionais.
Com isso, foram cumpridos 19 mandados de busca e apreensão domiciliar nos municípios de Carmo do Paranaíba, São Gotardo e Araguari. Durante a operação foram apreendidas porções de maconha e uma balança de precisão. Também foram localizados e presos em Carmo do Paranaíba dois indivíduos com mandado de prisão em aberto, sendo um suspeito de integrar o PCC e atuar no cometimento de crimes dentro e fora dos presídios (alvo no âmbito da “Operação Muralha”, também deflagrada hoje em todo o estado), e um suspeito de estupro de vulnerável.
No curso das investigações,
foram lavrados ao todo três Autos de Prisão em Flagrante por tráfico de drogas
e crimes conexos, todos eles no Complexo Penitenciário Nossa Senhora do Carmo,
sendo um deles entre detentos, outro envolvendo a mãe de um preso que adentrou
a unidade com drogas para repassar ao filho, e o mais recente envolvendo uma
professora que lecionava na Escola Estadual que funciona no interior da
Penitenciária, flagrada no último mês de dezembro entrando na unidade com
porções de maconha, crack e 13 telefones celulares.
Ao todo, serão indiciadas 25
pessoas, incluindo um(a) agente penitenciário(a), cinco professoras que
lecionavam na unidade, detentos recolhidos em penitenciárias de Carmo do
Paranaíba, Patrocínio, Coromandel, Pará de Minas e Uberlândia, e familiares
destes. Os crimes atribuídos aos suspeitos incluem Organização Criminosa,
Tráfico de Drogas, Associação para o Tráfico, Ingresso de Telefone Celular em
Estabelecimento Prisional, Corrupção Ativa e Passiva, sendo que também o crime
de Lavagem de Dinheiro ainda está em apuração em outro inquérito que tramita em
paralelo.
Uma das professoras, presa em
flagrante em dezembro do ano passado, e que usufruía de liberdade provisória,
teve novo mandado de prisão expedido pela Justiça e não foi localizada até o
momento. A operação contou com absoluto apoio e colaboração dos servidores da SEAP, que se
mostrou essencial ao alcance dos resultados obtidos.
A ação teve inicio em 2017 por requisição do Ministério Público de Carmo do Paranaíba, em decorrência de solicitação da diretoria da penitenciária da cidade, que reportou suspeitas de desvios de conduta por parte de servidores que atuavam no local. Esta fase encerra as investigações, que agora serão remetidas ao Poder Judiciário para as providências cabíveis.
Fonte: Polícia Civil