Operação da Polícia Federal apreende mala recheada com dinheiro em Patos de Minas
A ação que tem participação da Receita Federal ainda apreendeu pedras preciosas

Na manhã desta terça-feira (21), Receita Federal, Procuradoria da
Fazenda Nacional e Policial Federal deflagram a Operação "A incomparável
do Abaeté", para cumprir 5 mandados de busca e apreensão em alvos
localizados na cidade de Patos de Minas-MG, entre pessoas físicas e jurídicas,
com o objetivo apreender bens e valores e reunir elementos de prova sobre
evasão de divisas e lavagem de dinheiro, bem como identificar patrimônio dos
envolvidos, em especial, em nome de terceiros, no país e no exterior, para garantir
o pagamento de vultosa dívida tributária com a União e identificar a
continuidade da prática de sonegação fiscal comandada por grupo econômico
familiar que atua no ramo de importação e exportação de diamantes e pedras
preciosas.
Ao longo dos anos de 2000 a 2019, esse grupo econômico sofreu diversas
autuações do Fisco federal por sonegação de rendas geradas na atividade de
comércio de pedras preciosas. Porém, em decorrência de diversos artifícios tais
como remessas ilegais de grandes quantias ao exterior, uso de empresas de
fachadas situadas no exterior, lavagem de dinheiro, e utilização de interpostas
pessoas para ocultação de valores ilegalmente recebidos pelos envolvidos, o
grupo tem conseguido dissimular a ocorrência da obrigação tributária, ocultar e
blindar seu patrimônio, deixando de recolher para os cofres da União dívida
superior a R$ 60 milhões, e ainda tem continuado a agir nesse esquema criminoso
de sonegação.
Além disso, há anos, o grupo vem sendo investigado pela Polícia Federal
pelo comércio de pedras preciosas extraídas de garimpos ilegais no país. Nesses
tempos de pandemia, o valor até hoje sonegado pelos envolvidos permitiria, por
exemplo, construir dezenas de hospitais e instalar milhares de leitos de UTI,
equipados com modernos respiradores mecânicos, recursos que poderiam salvar
milhares de vidas de pacientes com Covid-19.
A Operação "A incomparável do Abaeté" decorre do trabalho
integrado dos órgãos envolvidos, e recebeu esse nome como referência a uma
pedra preciosa, um diamante rosa, que foi extraída nos anos 90 de um garimpo de
propriedade dos envolvidos no esquema criminoso de evasão fiscal, localizado na
cidade de Abaeté/MG, e avaliada, na época, em mais de US$ 30 milhões.
Redação: Clube Notícia