Patos de Minas sedia I Seminário Regional da Consciência Negra

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10 Novembro, 2015

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Patos de Minas sedia I Seminário Regional da Consciência Negra


A Secretaria de Estado de Trabalho e Desenvolvimento Social, SEDESE / Regional Patos de Minas, juntamente com o Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial convidaram a população de Patos de Minas e região durante reportagem para uma emissora de rádio, para o I Seminário Regional da Consciência  Negra:  Fortalecendo as Políticas Públicas em busca da Dignidade Humana para a População Negra que acontecerá dia 16 de Novembro de 2015, de 12h30 às 19h no Teatro Leão de Formosa em Patos de Minas (Av. Getúlio Vargas, nº. 78, Centro).

De acordo com José Antônio Ventura, Presidente da Confederação Nacional Quilambola, o evento contará com presença de representantes governamentais, trabalhadores e da sociedade civil dos 21 município da nossa regional para continuar o processo de fortalecimento das políticas públicas da nossa região.

Em 20 de novembro comemora-se no Brasil o Dia da Consciência Negra. Foi nesse dia, no ano de 1695, que morreu Zumbi dos Palmares. Este foi a liderança mais conhecida do chamado Quilombo dos Palmares, que se localizava na Serra da Barriga, atual estado de Alagoas. A fama e o símbolo de resistência e força contra a escravidão mostrado pelos palmarinos fizeram com que a data da morte de Zumbi fosse escolhida pelo movimento negro brasileiro para representar o Dia da Consciência Negra. A data foi estabelecida pela Lei 12.519/2011.

Outro motivo para a escolha dessa data foi o fato de que no Brasil o fim da escravidão é comemorado em 13 de maio. Nesse dia, no ano de 1888, a princesa Isabel assinou a Lei Áurea que abolia a escravidão no Brasil. Porém, comemorar o fim da escravidão em uma data em que uma pessoa branca e pertencente à família real portuguesa, a principal responsável pela escravidão no Brasil, assinou uma lei pondo fim ao cativeiro faz parecer que a abolição foi feita pelos próprios escravistas. Faz com que a abolição fosse apresentada como um favor dos brancos aos negros.

A escolha do dia 20 de novembro serviu, dessa forma, para manter viva a lembrança de que o fim da escravidão foi conseguido pelos próprios escravos, que em nenhum momento durante o período colonial e imperial deixaram de lutar contra a escravidão.

Os quilombos não deixaram de existir quando Palmares foi destruído sob o comando do bandeirante paulista Domingos Jorge Velho. Vários outros quilombos foram formados nos duzentos anos após o fim de Palmares.

Mesmo nos anos finais da escravidão a ocorrência de fugas em massa de escravos das fazendas, a ocupação de terras e a realização de rebeliões foram muito importantes para que a Lei Áurea fosse assinada.

O fim da abolição não representou também o fim dos problemas sociais para os escravos libertados. O racismo e a resistência à inclusão dos negros na sociedade brasileira após a abolição foram também um motivo para se escolher o 20 de novembro como data para se lembrar dessa situação.

A resistência dos afrodescendentes não se fez apenas no confronto direto contra os senhores e forças militares, ela também ocorreu no aspecto religioso e cultural, como no candomblé, na capoeira e na música. Relembrar essas características culturais é uma forma de mostrar a importância dos africanos escravizados e de seus descendentes na formação social do Brasil.

Fonte: Chris Vieira

Chris Vieira

patos1@patos1.com.br




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