Quinze detentos da Penitenciária de Patrocínio trabalham em oficina de beneficiamento de alho
Parceria com a iniciativa privada deve dobrar o número de custodiados nos próximos meses; na primeira semana de execução do termo de cooperação técnica, produção chegou a 4,5 toneladas

A Penitenciária de Patrocínio I, na região do Alto Paranaíba, iniciou
parceria com uma empresa de beneficiamento de alho, durante o último mês de
agosto, para a empregabilidade de presos. A oficina de trabalho funciona no
interior da unidade prisional, em um galpão de 35 m², e emprega atualmente 15
detentos, com expectativa de dobrar este número nos próximos meses. Iniciativas
como esta fortalecem a missão de ressocialização do Sistema Prisional.
Recomeço
Somente na primeira semana de execução do termo de cooperação técnica,
firmado entre a Diretoria de Trabalho e Produção, do Departamento Penitenciário
de Minas Gerais (Depen-MG), e a empresa Itagiba Ferreira Côrtes Neto, com prazo
de vigência de 12 meses, foram beneficiadas aproximadamente 4,5 toneladas de
alho.
Segundo o empresário, Daniel Côrtes, mais do que a vantagem econômica em
se admitir presos, com custos abaixo do mercado, um dos atrativos para o acordo
com o Depen-MG foi colaborar com a reintegração desses sujeitos à sociedade.
“Ofertar oportunidade de trabalho a indivíduos privados de liberdade é dar a
eles esperança, é reafirmar que seja possível recomeçar”, explica.
Colaboração
Os detentos que atuam na oficina de beneficiamento de alho foram
selecionados por meio da Comissão Técnica de Classificação (CTC), que avalia
critérios como bom comportamento e aptidão específica para o ofício. Dois
internos já classificados para o trabalho e com desempenho de destaque em
manufaturas de máscaras de proteção contra a covid-19 e lençóis para o Sistema
Prisional mineiro, receberam as instruções do proprietário da Itagiba e repassaram
o aprendizado aos colegas.
Quando a oficina for expandida na unidade, a equipe atual será dividida
em duas partes, para que os custodiados com experiência na função compartilhem
seus conhecimentos com a nova turma. A dinâmica tem a vantagem de criar laços
de colaboração mútua entre os apenados. Enquanto para o contratante, foi
necessário intervir apenas um dia na qualificação dos operários.
Remuneração
Os presos contratados pela empresa parceira recebem remição de pena em
troca dos serviços prestados – um dia da condenação é subtraído a cada três
trabalhados – e remuneração de ¾ do salário mínimo. Desse valor mensal, 50% é
pago ao interno, 25% à unidade prisional e 25% depositado no pecúlio, uma
espécie de poupança que pode ser sacada quando ganharem liberdade.
Um dos detentos instrutores dos demais foi Diego Antônio da Silva, de 33
anos. “Esse dinheiro vai nos trazer a possibilidade de ajudar os nossos familiares
lá fora, além de nos auxiliar enquanto estamos aqui dentro também”, comemora.
Matéria: Tribuna informa/Fonte: DEPEN